O CTC – Centro de Tradições Caipiras de Atibaia, foi criado em 2015 para resguardar e fomentar a linguagem caipira e suas manifestações que ainda resistem em parte da população, apesar dos desafios impostos pela globalização e consequente descaracterização de seus saberes e práticas.

    “A invasão do meio rural por condomínios, sufocando o que ainda resta desse patrimônio imaterial, também é outro aspecto preocupante”, de acordo com a ativista cultural, fundadora e coordenadora da associação, Ruth Rubbo, que destaca o pioneirismo da iniciativa.

    Oficina de viola caipira – Marcos Amorim, instrutor de viola caipira, quer melhorar a mobilidade e a técnica dos violeiros, sem que percam a essência. Foto: Divulgação CTC Atibaia

    “É uma proposta inédita na região e importante ferramenta para a manutenção da identidade cultural do povo, proveniente de nossa ancestralidade. Aqui, os saberes da vivência caipira encontram abrigo e proteção”, defende.

    Também fazem parte da associação o grupo “Raízes do Catira”, os projetos “Violeiros da Paulistânia”, “Viola em Flor” e o “Festival CTC Atibaia”, que este ano entrará em sua 4ª edição. Todos mantidos com recursos próprios de seus membros e por intermédio de editais.

    Em 2023, o CTC foi reconhecido como “Ponto de Cultura” pelo Ministério da Cidadania e certificado como “Utilidade Pública” pelo município de Atibaia (lei 4.892).

    Foram inúmeras as ações concebidas desde então, destinadas exclusivamente aos coletivos do CTC que, mesmo com tantas demandas, ainda não dispõe de sede própria.

    No momento são desenvolvidas oficinas de viola caipira, voz e catira, envolvendo violeiros e catireiros, através do projeto Cultura Caipira em Movimento, contemplado pelo edital Lei Paulo Gustavo.

    Caipira na essência
    A incubadora de violeiros solo e duplas do CTC, “Violeiros da Paulistânia”, criou boa expectativa junto ao mestre Marcos Amorim, já nas primeiras aulas.

    O músico e produtor musical com vasta experiência na área, destacado para as aulas de viola caipira, ressaltou que sua função é fazer com que os integrantes toquem o instrumento com melhor mobilidade e técnica, preservando a própria linguagem, característica marcante do coletivo e que ele considera fundamental quando se trata da música essencialmente caipira.

    Voz duetada
    A cantora, fonoaudióloga (mestra pela Universidade Federal Paulista) e musicista com especialização em vozes duetadas, Simone Sperança, iniciou a oficina de técnica vocal, voltada ao repertório caipira.

    Ela observou os conceitos básicos sobre a fonte do som e os “instrumentos” que usamos para cantar, como pulmões, diafragma, cordas vocais, músculos da garganta e do abdome. Ainda durante a aula inaugural, propôs uma série de exercícios de respiração e testou individualmente a voz dos violeiros cantadores, a fim de conhecer os respectivos timbres e seu potencial para a formação dos duetos.

    Catira
    Valdeci Bueno, mestre convidado para a oficina de catira, já ministrava aulas e liderava o grupo “Raízes do Catira”, criado através de um outro projeto do CTC Atibaia, pelo ProAC Edital – Programa de Ação Cultural do estado de São Paulo.

    Trata-se de uma iniciativa pioneira no município e se mantém ativa desde a sua criação, com aulas regulares que vão até o final deste ano.
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    Para mais detalhes sobre o Cultura Caipira em Movimento e demais eventos acompanhe pelas redes sociais:
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    https://www.threads.net/@ctcatibaia

    Cultura Caipira em Movimento é um projeto contemplado pela da Lei Paulo Gustavo, através da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo, Ministério da Cultura – Governo Federal

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    Márcio Costa, jornalista e radialista, inicia sua carreira em 1983 como locutor noticiarista em Sorocaba. Em Atibaia, em 1988, implanta um formato inovador na FM local com entrevistas e transmissões ao vivo. Em São Paulo, atuou em rádio e televisão por mais de 25 anos. Em 2015, cria o jornal g8.