O amor pela profissão na vida de Ivanete Oliveira Veloso foi tanto que até transbordou. A primeira delegada do estado de São Paulo, hoje com 84 anos, compartilha a paixão pela carreira policial com seus três filhos: Arthur Velloso Júnior, 49 anos, é Coronel da Polícia Militar; Giancarlo Oliveira Velloso, 45 anos, é Investigador da Polícia Civil; e Eliane Oliveira Velloso, de 41 anos, agente de telecomunicações policial, também da Civil.
Para Ivanete, a escolha da profissão foi a maneira que encontrou para contribuir com a sociedade e ajudar o próximo. Ela começou a atuar como Policial Civil ainda na década de 60, quando era praticamente impensável para uma mulher não ser dona de casa. Ivanete enfrentou dois grandes desafios: o preconceito, por ser mulher, e a dificuldade de conciliar a carreira com a rotina de cuidar dos filhos e da casa. Ainda assim, garante ela, a experiência nos 45 anos de carreira foi realizadora.
“Todas as dificuldades eram superadas pelo amor à profissão e em saber que poderia mudar a vida de alguém. Também quando sabemos que fizemos um bom trabalho, solucionamos um crime e trouxemos justiça para aquela vítima, a satisfação pessoal e da equipe é imensurável”, comenta.
Ela diz que nunca influenciou os filhos a escolherem a carreira policial, mas deu total apoio quando eles escolheram seguir seus passos – mesmo com os riscos que cercam a profissão. Mas, apesar de se preocupar com a rotina dos filhos, ela diz que confia na força e no trabalho deles.
Para Eliane, a filha mais nova, a postura, dedicação e as conquistas da mãe foram exemplo de vida – e motivos de orgulho. “Minha mãe rompeu todas as barreiras: mulher, mãe e delegada de polícia, numa época tão difícil para as mulheres. Foi revolucionário, e tenho certeza de que, mesmo aqueles que não seguiram carreiras policiais na família, de alguma forma foram inspirados por ela e também sentem muito orgulho”, afirma.
A caçula revela que nunca se preocupou com os perigos inerentes ao trabalho da mãe. “Sempre a vi como uma super-heroína, sempre tive convicção que nada seria capaz de atingi-la.”
Por Amanda Ramos/SSP